terça-feira, 10 de agosto de 2010

- Tlve'z oqe nos assuste


-Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar os nossos medos todos. As nossas belezas. As nossas feiuras. As nossas sementes que puderam florescer com viço. As nossas sementes que não conseguiram dizer suas flores. As nossas sementes que temem florir. Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar as nossas borboletas que souberam se desvencilhar dos casulos. As nossas crisálidas apavoradas por se saber com asas, embora sonhem, encantadas, com o néctar da vida. As nossas feras vorazes e ressentidas. Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar os nossos avanços. A nossa estagnação. Os nossos fracassos. As nossas vergonhas. As nossas vaidades. A nossa arrogância, que muitas vezes não é outra coisa senão um disfarce que o embaraço usa para esconder o conflito por sentirmos tanto afeto sem saber direito como expressá-lo. Como fazê-lo circular.

Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar a existência de feridas que pensávamos estar cicatrizadas, mas que ele delata sem cerimônia, sem medir palavras, olhando bem dentro dos nossos olhos, que ainda não estão, não. Que algumas bolas de ferro muito antigas continuam presentes, embora, teimosos, tentemos avançar mesmo com elas, arrastando todo o peso do mundo, em vez de escolher a pausa necessária para soltá-las dos nossos pés. Talvez o que mais nos assuste quando o amor vem à tona seja essa habilidade que ele tem para revelar que quanto mais a luz canta, mais a sombra se mostra. Que embora a gente insista em fugir da sombra correndo para debaixo do sol, ela nos acompanha, incansável, até aceitarmos integrá-la. Que precisamos olhá-la com carinho e deixar que caminhe com a gente sem tentar fugir dela.

O amor nos desnuda a alma, nós que muitas vezes, ao longo da vida, nos enchemos de peças de roupa de tudo o que é tipo, físicas ou sutis, óbvias ou disfarçadas, para tentar escondê-la. Saber a própria alma nua e não ter jeito de tapar-lhe as partes íntimas, de inibir sua exibição, de pedir-lhe modos, é um desconforto dos grandes para quem se acostumou a viver pequeno por parecer mais cômodo, sem arredar os movimentos do território áspero do ilusório controle. É um desconforto dos grandes para quem se acostumou a tratar a emoção com recato, sob o custo de amordaçar a alegria fluida do tambor do prazer. Essa que ressoa, sempre, mesmo que aparentemente silenciosa, no nosso coração. O amor chega e abre as janelas, escancara as portas todas, rasga o tecido frágil das redomas que criamos para nos proteger, a gente se assusta. Olhando de perto ou de longe, não é sem razão.

É no encontro em que eu olho verdadeiramente o outro, em que consigo amá-lo com todas as belezas e esquisitices que ele tem, em que consigo admirá-lo do jeito que ele é, em que consigo ouvir com a alma que também venho dos lugares de onde ele vem, que eu me vejo com mais nitidez. Desfeitas algumas ilusões, a impressão que dá é que conhecemos o outro é de nós mesmos. Que perspicácia da vida, meu Deus, isso de fazer as pessoas se encontrarem por meio do amor, que, quando vem à tona, latente que pulsa a maior parte do tempo, remexe em tudo, esvazia falsas verdades, inaugura saberes e sabores, bagunça o coreto todinho, faz a gente olhar para a própria nudez. E começar a gostar dela. A respeitá-la.

A princípio, quando o amor vem à tona, a gente acha que precisa se entender com o outro, sobretudo. Não é verdade, o chamado principal é de outra natureza. Com o outro, se a fluência permitir dos dois lados, pode acontecer um encontro lindo, real e imperfeito, como todos, e é claro que a gente torce por isso. Pode não acontecer também, às vezes o tempo de duas pessoas, por mais que se gostem, não coincide para o desafio bom da vivência mútua do afeto. Mas, o amor pelo outro é, principalmente, esse espelhamento: no fundo, quando vem à tona, o chamado é para nos entendermos com nós mesmos. Com a nossa história. Com as nossas sementes. As nossas flores. As nossas borboletas. As nossas feras. As nossas feridas. As nossas luzes. As nossas sombras. A nossa alma.

Os espelhos materiais de casa não contarão nunca o que o espelho do outro nos mostra. O amor, sendo divino pelo seu caráter criativo e transformador, é também o que de mais humano existe. No amor, com todas as minhas singularidades, eu me irmano com toda gente. E reconheço que, embora não saibamos muito bem o que fazer com a essência desse lume, com tudo o que dispõe e possibilita, ele clareia os caminhos e nos faz avançar, nos ajuda a ser mais parecidos com nós mesmos. Mais inteiros. Mais espontâneos. Mais livres. Mais generosos. Embora não saibamos muito bem o que fazer com o amor, ele sabe o que faz com a gente. Ninguém, arrisco, permanece igual depois da diferença de um encontro de amor. Alguns se acovardam tanto, que às vezes parece que é pra sempre. Outros, passam a ter mais coragem, ainda que com todo o medo. Mas, pra gente viver não é preciso mesmo não ter medo. É preciso, apesar dos medos todos, ter valentia para ser e sentir, essa capacidade que o amor, habilidoso, consegue burilar com toda a calma do mundo em nós.

- Ana Jacobo

sábado, 7 de agosto de 2010

- Namorado não é roupa !


- Eu sempre tiive formado na minha cabeça qe namoro é algo SÉRIIO. Eu, para iniciiar meu namoro, tiive que ter a certeza que eu gostava dele, que ele gostava de mim & que era uma pessoa boa, & iisso foii dps de variias conversas ao concluiir isso, vii que estava pronta para namorar. & hoje vejo qe namoro é um compromiisso & tanto, onde vc'ê tem qe cuidar da sua viida & da viida do seu am'r também. Namorar é assumiir responsabilidades & estar juntos para o que der e vier. Namorar é aciima de tudo, amor & respeito.

Mas o qe se vê por aí é totalmente diiferente do qe eu sempre imagineii. Garotos & garotas iniciam & termiinam namoros como se fosse a coisa maiis banal do mundo! Eu realmente nn entendi como se pode namorar sem amar de verdade. Pqe para miim é isso qe parece, qe essa onda de assumir relacionamento é meramente um modiismo, onde meniinas & meniinos exibem seus parceiros como objeto. Namorar pra qe então? Só pra diizer qe nn está soziinho, qe está solteiiro? Sinceramente, isso é RIDIICULO. Já vi ínumeras vezes pessoas assumindo um compromisso, fazendo miil & uma declarações de am'r, via twitter ou orkut (ou qualquer outro meio de comunicação), só para deixar bem claro pra quem quiiser ver que eles formam o casal maiis perfeiito do mundo. E o qe geralmente acontece em pouco tempo? A separação do vulgo perfeiito casal. E assim a história toma todo um contexto, onde primeiiro vem a triisteza & a dor anunciada a todos, mostrando qão foi triiste a separação, para logo algumas semanas depoiis, publicar qe está amando novamente como nunca amou & assumindo maiis uma *TOLA* pessoa.

Como diiz a músiica 'amor para miim é documento'.Então nn faça do am'r algo sujo, sem real valor. O am'r é maiis do qe a imagem qe vc'ê tenta criiar, em vão. O am'r só pertence a qem realmente sabe amar!

- & é assim, gostando cada diia mais


- Mas eu gosto dele, dia mais dia, mais gosto. Digo o senhor: como um feitiço? Isso. Feito coisa-feita. É ele estar perto de mim, & nada me falta. É ele fechar a cara & estar tristonho, & eu perco meu sossego."

- João Guimarães Rosa

- á espera

...nn tente chegar na hora marcada
ele pode viir antes, ou chegar depoiis
o am'r deiixa sempre esperando...'
Martha Medeiros

- lembrando

- Fiicou na memória dos meus olhos o clarão do sorriso dos seus.
Depois disso, tudo o qe sorri pra miim com algum sol faz eu lembrar de v'cê.'
- Ana Jácomo